"If I ever allow genuine compassion to be overtaken by personal ambition, I will have sold my soul" - James Nachtwey

29 abril 2007

Exame à Exame

A última edição da revista "Exame" traz na capa uma foto com representantes de duas empresas: a Microsoft e o Millenium BCP, por cima do título "As 28 melhores empresas para trabalhar". A conclusão que tirei quando vi a capa, foi a que, atrevo-me a dizer, outros leitores tirariam: a Microsoft e o Millenium BCP foram os dois primeiros classificados nessa lista, daí a honra de estarem na capa.

Mas... surpresa...




Abrimos a revista e vemos que a Microsoft foi efectivamente a 1ª classificada, e daí a razão de estar na capa. Mas o Millenium BCP ficou classificado em 4º lugar. O 2º classificado foi, na verdade, a Re/Max.
A minha dúvida é, tão somente: qual foi o critério para pôr os representantes do Millenium BCP na capa? Não seria lógico que ao lado do primeiro classificado aparecesse o segundo?...




25 abril 2007

Uma Nota de Parabéns

hoje, especialmente, a todos os bloggers, por fazerem uso da sua liberdade de expressão.

21 abril 2007

Não Foi

Li e reli. Reli outra vez. E continuo sem perceber onde é que José Alberto Carvalho quis chegar com esta crónica:





Por Muito Tentador que Seja...

Não será a expressão "derrotados" demasiado forte?...

19 abril 2007

18 abril 2007

Ainda Bem que Existe Imprensa

De outra forma, como saberíamos nós como é que os ricos gastam e gozam o seu dinheiro?

Eu cá preferia saber como é que os pobres não gastam e não gozam o dinheiro que não têm.
Preferências...

Alguém me Explica...

porque eu não consigo chegar lá?
Porque é que os jornalistas insistem tanto no facto de Sócrates supostamente ter feito um trabalho de inglês numa folha A4? Não é esse o formato normal em que as pessoas fazem trabalhos?...

12 abril 2007

Mais Um Caso de Bom Jornalismo


O Destak tem hoje como tema principal da primeira página a notícia "Doença fatal afecta 16% dos cães de Lisboa e já ameaça humanos". O título, já de si a atirar para o sensacionalista, é completado com uma breve explicação, que mantém o tom. E eis que depois de alertados, abrimos o jornal e nos deparamos com a notícia em desenvolvimento e percebemos que ela teve origem numa campanha que apela à sua prevenção, e que é promovida, adivinhe-se por quem? Pela Scalibor, uma marca representante de produtos que previnem a tal doença.
Não querendo ser desconfiada... os senhores jornalistas não acham que esta notícia (ou a sua promoção) poderá ter por detrás outros interesses que não a mera informação da opinião pública? Mas, o mais grave, é os senhores jornalistas não terem ido ouvir outras fontes que não a tal empresa. Citam às tantas um veterinário (que se supõe também esteja relacionado com a empresa) e no fim diz que "o Instituto de Higiene e Medicina tropical tem realizado campanhas de informação". Ah tem? Então porque não começar por aí? Porque é que a informação provém de uma empresa, em vez de provir de fontes em princípio imparciais e em condições de dar informações correctas relativas a estes assuntos?
Mas tenho a certeza de que a Scalibor agradece essas falhas.

11 abril 2007

"Como Convém Televiver"

In "Portugal, Hoje. O medo de existir", José Gil:

"«É a vida». Esta frase com que o apresentador da RTP termina amiúde o Jornal da Noite dá o tema do ambiente mental em que vivemos. «Dar o tom» significa muito mais do que «sugerir» ou «indicar» uma direcção de leitura. Na realidade, constitui por si só toda uma «visão do mundo» e, mais importante, toda uma visão de nós mesmos, da nossa vida enquanto (tele)espectadores do mundo.
Depois de assistirmos às notícias sobre raptos, assassinatos, acidentes de viação, mortos palestinianos e israelitas, descobertas de centenas de vítimas taliban asfixiadas em contentores no Afeganistão, surge uma notícia que, como uma luz divina, redime todo o mal espalhado pela Terra: nasceu um bebé panda no Zoo de Pequim! O apresentador sorri largamente, pisca mesmo um olho cúmplice aos telespectadores. Depois das imagens de futebol, remata enfim, com um tom sábio: «É a vida!»
É a vida, pois. Que mais quereis? É a vida lá fora, não há nada a fazer, é assim, vivei a vossa com paz e serenidade, não há nada a temer, é lá longe que tudo acontece e, no entanto, estou aqui eu para vo-lo mostrar inteiro, o mundo, ide, ide às vossas ocupações que a vida continua."

Impressão Minha...

ou José Alberto Carvalho parecia mais um inspector da Polícia Judiciária a interrogar Sócrates, do que um jornalista a entrevistá-lo?
Fica a dúvida...

10 abril 2007

O Leitor Invisível

Na imprensa não há audiências. Há tiragens, há números de exemplares vendidos, mas não há maneira de saber quantos leitores leram determinado artigo ou notícia, quantos começaram, quantos acabaram, quantos ficaram a meio. Na televisão é possível saber isto, na imprensa não. Por um lado ainda bem. É um desafio acrescido para o jornalista que escreve, que não fica escravo das audiências, supostamente indicadoras da qualidade do seu trabalho.
Mas há um outro lado de uma certa angústia. Será que alguém vai ler o que escreve? Será que aquele artigo a que dedicou tantas horas vai ser apenas objecto de uma passagem de olhos rápida? O jornalista não sabe quantos leitores vai ter, nem quantos teve nos trabalhos anteriores. Não tem nada que lhe sirva de guia, não sabe se está a escrever para 10, para 1000, ou para 10000. O seu trabalho é apenas um no meio de outros, e reclama atenção e tempo - duas coisas que escasseiam cada vez mais nos nossos tempos.
O jornalista de imprensa não tem normalmente "feed-back" do seu trabalho. Ainda bem. É um desafio constante para fazer sempre melhor. Para cativar aquele leitor que nos escapou da última vez. A angústia de não saber se vamos ser lidos pode levar-nos a escrever melhor.

04 abril 2007

Alarmista? Não!

Há dias foi uma grande reportagem da TVI sobre as viagens de finalistas dos estudantes do 12º ano, agora esta capa da Focus:

Admitamos de uma vez por todas: os adolescentes são a encarnação do diabo!



02 abril 2007

Interessante...

a conclusão deste estudo:
"Internet favorece leitura mais completa da informação"

01 abril 2007

Quando?

Quando é que vai parar a exploração mediática do caso da bebé de Penafiel? Não bastou já de exposição da criança? Não bastou já de violação da protecção da identidade a quem tem direito? Não bastou já de mostrarem as condições de pobreza sublinhadas vezes sem conta?
Não, não bastou. Porque eis que hoje os jornalistas resolvem noticiar que a bebé não está a viver com os pais, mas sim a uns metros, em casa de uma vizinha, porque a casa dos pais está em obras.
Realmente, não fossem os bons dos jornalistas! Que seria das crianças deste país que estão em casa dos vizinhos dos pais que as recuperaram após um rapto?
Exploração. Da pior.

Regras Sagradas do Jornalismo 1

Partir sempre do princípio de que o leitor/espectador/ouvinte não sabe do que estamos a falar. Não é obrigado a saber. Explicar, mesmo que pareça óbvio.
Dar informação, e não guardá-la para nós. Não nos serve de nada, nós já sabemos, e se a transmitirmos alguém pode ficar a saber. Quem já sabe, passa à frente.