"If I ever allow genuine compassion to be overtaken by personal ambition, I will have sold my soul" - James Nachtwey

31 março 2006

Sem comentários...

Na edição de ontem do Destak:

30 março 2006

Apocalipses...

O Diário de Notícias publica hoje um texto de opinião de Ruben de Carvalho. Sob o título "Apocalípticos e Integrados", continuação de um texto publicado na passada quinta-feira, Ruben de Carvalho expõe a sua preocupação em relação à diminuição do índice de leitura de jornais, e à transposição do conteúdo dos jornais, para edições online.
Na sua opinião, esta transposição "é insuficiente do ponto de vista cultural", por razões que expõe ao longo do texto. Só não apresenta soluções. Não concebe alternativas para resolver aquilo que considera ser um discurso jornalístico predominantemente "monocórdico"... Quais seriam então os caminhos a adoptar pelas edições online? E será que são assim tão monocórdicas? E será que as tecnologias, com todas as potencialidades que oferecem, não têm capacidade de introduzir novidade? Serão insuficientes do ponto de vista cultural? Ou será que oferecem um outro ponto de vista cultural?
Ficam as questões...

27 março 2006

A Realidade Apresentada Pelos Media: Um caso Específico

Nos últimos dias, as notícias do regresso forçado de milhares de portugueses emigrantes no Canadá, têm enchido páginas de jornais e preenchido largos minutos de telejornais.
Mas parece-me que neste, como noutros casos, para lá da exposição emotiva da problemática em causa, fazia falta uma análise mais fria, fazia falta que se colocassem algumas questões que não vejo ser colocadas...
Pelo menos eu, enquanto consumidora de informação, não me sinto totalmente informada em relação ao que está em causa. Só sei que de um momento para o outro temos um enorme drama de milhares de pessoas a serem forçadas a regressar em pouco tempo de um país no qual estavam há vários anos, onde tinham uma vida feita, tinham carro, casa, etc. Muito bem. Mas não sei quais as razões que os levaram a estar ilegais durante tanto tempo; não se legalizaram porque não queriam? Porque não puderam? E já agora, qual é a lei de imigração no Canadá? Obviamente que não poderia ser exposta de forma exaustiva, mas se calhar não ficava mal um breve resumo dos principais requisitos para a legalização naquele país... Eu não sei quais são, e calculo que a maior parte das pessoas não saiba...
Os media supostamente têm também a função de ajudar a compreender a realidade, de explicar, em determinada situação, aquilo que está em causa. Mas o que se vê, muitas vezes, é que procuram mais o espectáculo e a dramatização do momento, do que se preocupam em que a opinião pública perceba o que está em causa. E depois de todo aquele "calor" do momento, de repente tudo desaparece, já não vende, já cansa, cai no esquecimento. E nós ficámos sem saber o que realmente estava ali em questão.
Às vezes tenho dúvidas se isto será realmente informação...

Semelhanças...

Não deixa de ser interessante quando as edições de dois jornais parecem ser em parte uma fotocópia uma da outra... A foto devia ser mesmo muito boa...






25 março 2006

"Todos a Dormir"?

Será que os jornalistas deveriam seriamente repensar a sua profissão?
"Todos a dormir", um texto do Director de Informação da SIC, coloca questões relativas ao papel actual do jornalista, e defende que os jornalistas precisam de repensar a sua profissão "antes que alguém o faça por eles".

Um Projecto Interessante

A Velha Questão da Ordem

A questão da existência de uma Ordem dos Jornalistas, voltou a estar em cima da mesa, após declarações de Emídio Rangel, no 5º Congresso de Jornalismo Social da CAIS.
A verdade é que, no que diz respeito a este assunto, as opiniões dos jornalistas continuam a dividir-se. Sabe-se porém que a posição dominante é desfavorável à constituição desta Ordem.
Parece-me, no entanto, uma questão para reflectir: há quem defenda que uma Ordem dos Jornalistas podia ser o caminho para uma determinação mais clara daquilo que é o Código Deontológico da profissão, e assegurar um melhor desempenho e responsabilização dos profissionais do jornalismo. Mas também há quem se oponha, e nomeadamente quem conteste o carácter de obrigatoriedade de inscrição na Ordem. Será que o problema está no individualismo inerente à profissão de jornalista?
Deveriam os jornalistas, a par com outras profissões, estar organizados numa Ordem? Resultaria isso na prática? E, parece-me a questão mais importante: resolveria os principais problemas que afectam esta profissão?

22 março 2006

Um Ano

No País Encantado das Notícias completa hoje um ano de vida.
A todos os que ao longo deste ano foram visitando e comentando neste blogue, o meu obrigado.

21 março 2006

Provedores

O sociólogo Paquete de Oliveira foi convidado pela administração da RTP para ocupar o cargo de provedor do espectador.
Por definir, está ainda o nome do provedor dos ouvintes, na rádio.
E falta saber também quando entrarão em funções os dois provedores...

17 março 2006

Descubra As Diferenças...


12 março 2006

Só Faltava Esta...

Para além de tudo o mais de que os jornalistas já são acusados, o governo dos EUA quer agora acrescentar algo novo: invocou uma lei com 90 anos, para, apoiando-se nela, julgar os jornalistas por espionagem.
Isso mesmo, nem mais nem menos.
Cuidado, eles andam aí, esses jornalistas espiões...

11 março 2006

E Pelos Vistos Há Mais Quem Não Tenha Percebido

Parece que não fui a única a não entender muito bem onde Júlio Magalhães queria chegar com o seu "Em legítima defesa!". Ou dizendo de outra maneira: houve mais quem chegasse às mesmas conclusões...
No site do Clube de Jornalistas, JAG escreve, sob o título "Comentário Cabalístico", na secção Registo, um comentário ao texto de Júlio Magalhães.

10 março 2006

Defesa de Quê?...

O jornalista Júlio Magalhães escreve hoje no Diário de Notícias um texto sob o título "Em legítima defesa!", no qual comenta a questão do princípio do contraditório suscitada pelos comentários de Marcelo Rebelo de Sousa.
Mas o raciocínio de Júlio Magalhães falha numa coisa: é que no caso da TVI estamos perante um canal privado, e no caso da RTP falamos obviamente do operador público de televisão. Ora, parece-me a mim que este pormenor é bastante importante!
O jornalista questiona porque é que só quando Marcelo saiu para a RTP, se levantou toda a questão do contraditório. Pois, se calhar precisamente por isso, porque se tratava da estação pública, que tem, mais que qualquer outro canal, deveres de assegurar o pluralismo, deveres aliás previstos na lei!
O que este texto acaba por parecer afinal de contas é um veículo de "propaganda" das audiências da TVI, contra as da RTP, e um auto-elogio ao modelo da estação em que trabalha. Sinceramente, não consigo tirar dele mais nenhuma conclusão...

08 março 2006

Informações Um Bocado Trocadas...

O jornal Destak diz hoje, numa notícia breve, que José Ramos Horta é o convidado da Fundação Oriente para uma conferência, no dia 10 de Março, na sede da fundação.
Têm a certeza?... É que eu sei de uma conferência de Ramos Horta nesse mesmo dia, mas na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova.
Pormenores...

"Gayola"?

E eis que esta semana, a Focus nos surpreende com um título de qualidade criativa superior:E a criatividade é tanta, que reinventaram o conceito de "sair do armário". Agora é "sair da gaiola", perdão, "gayola". Deve ser influência da gripe das aves...

Será Possível?!

"De bradar aos infernos"- um texto de Acácio Barradas que relata uma situação realmente inacreditável.

06 março 2006

A Importância dos Jornais nas Escolas

O Público trazia ontem uma notícia, na qual dava conta de um estudo realizado na Finlândia, que liga a leitura de jornais às competências de alunos de 15 anos, nas áreas da matemática, literatura e ciências.
O relatório, patrocinado pela associação finlandesa de jornais (o que, por muito que não se queira, acrescenta aqui alguma desconfiança), sugere que o elevado nível de leitura de jornais é um factor que ajuda a explicar que nas duas avaliações feitas até agora, a Finlândia se tenha destacado nas três áreas testadas.
Quase seis em cada dez alunos finlandeses disseram ler jornais várias vezes por semana e 26 por cento várias vezes por mês. Os que se saíram melhor na avaliação, terão sido os que liam várias vezes por semana.
A nível de leitura, principalmente, os alunos demonstraram uma grande facilidade, que os investigadores explicam pelo hábito de ler textos jornalísticos, o que desenvolve as suas competências.
Mas os elevados níveis de leitura de jornais estão também associados a melhores competências em ciência e matemática. Isto poderá explicar-se por, através dos jornais, os alunos tomarem contacto com situações do dia-a-dia.
Por fim, os alunos demonstraram também vontade de prosseguir com os hábitos de leitura.
Conclusão: o relatório sugere que os jornais devem ser valorizados pelas escolas como material de aprendizagem.
Concordo plenamente com esta conclusão! Mas nem quero pensar qual seria o resultado do estudo, se se fizesse um inquérito parecido cá em Portugal...
-"Lês jornais?"
-"Não, não tenho tempo, tenho de ver os Morangos com Açúcar"

03 março 2006

Notícias Com Poder Terapêutico

A jornalista da RTP, Daniela Santiago, lança hoje em livro a sua tese de mestrado intitulada "O Reconforto da Televisão (uma visão diferente sobre a tragédia de Entre-os-Rios)", na qual defende que os media podem ajudar a ultrapassar a dor de uma tragédia.
Não sei até que ponto psicologicamente isso poderá fazer sentido, nem conheço o conteúdo da tese. Mas, por aquilo que me é dado a ler na notícia, parece-me assim uma teoria um bocado "forçada"... Do estilo: Não há problema nenhum se fizemos um péssimo trabalho a cobrir esta tragédia, e se explorámos a dor das pessoas, porque nós, jornalistas, até somos tão bonzinhos, que ajudámos a superar o momento dramático por que aquelas pessoas estavam a passar.
Pode ser uma interpretação errada da minha parte, mas o que temo é que estas teses de cariz psicológico sirvam de escudo para a forma errada como se cobriu este e se venham a cobrir outros acontecimentos dramáticos no futuro.
As notícias podem ajudar a reconfortar as vítimas? Pode ser que sim... Mas que isso não sirva para descansar a consciência dos jornalistas.