"If I ever allow genuine compassion to be overtaken by personal ambition, I will have sold my soul" - James Nachtwey

30 março 2007

(Foto)jornalismo Hoje

Já foi seleccionada a foto vencedora do Prémio Fotojornalismo VISÃO/BES. A fotografia pode ser vista aqui e é da autoria de Manuel de Almeida, fotojornalista da agência Lusa.
Amanhã, às 16h, no Centro Cultural de Belém, discute-se o papel do fotojornalismo hoje, numa conferência/debate onde figuras consagradas do fotojornalismo vão estar disponíveis para responder às perguntas da audiência.
Uma boa pergunta: qual é o papel do fotojornalismo hoje? A resposta talvez se possa encontrar com outra pergunta: qual é o papel do jornalismo hoje? Essa resposta daria "pano para mangas"...
Mas o fotojornalismo, porque vive da imagem, e só da imagem, tem efectivamente de perceber qual o papel das imagens que produz. O que significa uma foto hoje? Que reacções pode provocar em quem a vê? Tem o papel de chocar? De indignar? De mudar as coisas?
Não percebo nada de fotojornalismo na medida em que não tenho noções técnicas de fotografia. Mas no meu papel de leiga, aprecio e admiro quem o faz. Porque quem fotografa nunca poderá ter um olhar indiferente perante o mundo. E porque de alguma forma quer contribuir com o seu olhar das coisas para o mundo. E admiro especialmente os fotojornalistas que se dedicam aos cenários de guerra. Porque neles ainda é mais precisa essa vontade de dizer algo (muito importante) através de uma imagem.
Em suma, parece-me que o que está em questão quando se discute o papel do fotojornalismo hoje é o poder de uma imagem, assim como quando se discute o papel do jornalismo, se formos ao âmago da questão, está em causa o poder da palavra enquanto elemento base desta profissão. Imagem e palavra são meios essenciais a qualquer jornalista. Nunca poderá prescindir deles. A questão é como os tornar eficazes nos tempos que correm. A questão é se temos de repensar as imagens e as palavras. Porque se elas não chegam aos espectadores, leitores, ouvintes... algo está errado.


28 março 2007

E Portugal Tem um Novo Ministério...

o da Indústria!
Pelo menos foi a informação dada há pouco por uma jornalista da RTP1 ao referir-se a Manuel Pinho...

Coisas Tristes

Carlos Daniel, apresentador do Jornal da Tarde da RTP1:
"Ainda não terminou a triste novela da Universidade Independente"

Caro jornalista:
Não preciso que me diga o que é triste ou alegre.
Não preciso que pense por mim.
A objectividade é um velho mito do jornalismo.
Já a imparcialidade é possível e desejável.
Irrita-me quando um jornalista não resiste a dar a opinião. Porque mesmo que concorde com ela, quero ter o direito de ser eu a fazer os meus próprios julgamentos sobre os acontecimentos que são noticiados.
Sinto-me um pouco menos livre sempre que sinto que um jornalista pensou por mim.

27 março 2007

O Mediador

Vejo o jornalista como uma espécie de tradutor. Desconstrutor. Mediador. Esta última função parece bastante óbvia, uma vez que a sua profissão se insere naquilo a que chamamos os média. Mas a questão é que ela falha, se não existirem as outras duas.
Compete ao jornalista permanentemente fazer uma articulação de linguagens. Por ele passam todo o tipo de campos, do político ao económico, do ambiental ao jurídico. E ele tem de ter competência para lidar com todas estas formas diferentes de falar. E como é que o faz? Obviamente não é especialista em todas elas. Quanto muito pode ser especializado em alguma das áreas. Tem de ter portanto, uma espécie de "dicionário em branco". O que quer isto dizer? Um dicionário seu, permanentemente actualizável, que vai recebendo constantemente conceitos novos, para os quais tem de encontrar significados. É esse o seu desafio diário. É essa, a meu ver, uma das suas principais funções.
E quando um jornalista consegue desconstruir um conceito, a sua função mediadora está cumprida. Passou informação. Tornou-se perceptível. Porque é para um público complexo que ele trabalha, e não para uma elite restrita.
Acho que às vezes (demasiadas vezes) há jornalistas que se esquecem disto.

25 março 2007

Espaços Comunicacionais

Na sua crónica na revista Única do Expresso deste Sábado, José Alberto Carvalho fala daquilo que chama a "egosfera". Começando por dissertar de forma, atrever-me-ia a dizer, quase sociológica sobre a rede social Hi5, relaciona-a depois com o serviço público de televisão.
Diz Alberto Carvalho que o Hi5, outros fenómenos da web social e os blogues enquanto espaço íntimo de escrita evidenciam uma existência de uma "egosfera" que está em confronto absoluto com a experiência de comunicação dos meios tradicionais de comunicação de massa.
Oh Alberto Carvalho, não me leve a mal, mas isso é quase descobrir a pólvora depois da guerra! O espectador/consumidor já não se conforma com aquilo que a caixinha mágica lhe oferece, e em frente à qual fica especado o dia inteiro. As pessoas querem escolher, as pessoas querem ter o seu espaço, o seu próprio espaço comunicacional. E que revolução maravilhosa essa, de termos a possibilidade, cada um de nós, de ter um espaço nosso, em que simplesmente podemos escrever! Ou melhor, termos a liberdade de escrever. Comunicar. Transmitir informação.
O monopólio comunicacional há muito que saiu do campo dos jornalistas. Não vale a pena negar as evidências.

22 março 2007

Aniversário

No País Encantado das Notícias completa hoje dois anos de existência.

21 março 2007

Registo Cómico

Jornalista da RTP, em directo da Costa da Caparica:
"Neste momento as máquinas pararam para almoço"

17 março 2007

O Presente



08 março 2007

A Semana dos Poderosos



03 março 2007

Leituras de Fim-de-Semana

"Aprendi que o trabalho jornalístico consiste na investigação aprofundada dos aparentes factos - e nunca por nunca ser em julgamentos, populares ou elitistas, menos ainda artificialmente criados pelo meio de comunicação em causa. Mas essas regras que aprendi no século passado têm vindo a estoirar - dizem-me que por imperiosas necessidades de sobrevivência. A tabloidização incessante de jornais e revistas cheira-me ao triste esturro dos bombistas suicidas: pode ser que cheguem ao céu, mas o que se vê cá na Terra é um strogonoff de carne humana, lagos de sangue e destruição. Um dia a imprensa entenderá que a automutilação e a tentativa de clonagem do pior da televisão leva à morte - espero que ainda consiga entendê-lo antes que acabem todos os jornais e revistas"

Inês Pedrosa, in "Crónica Feminina", Revista Única 3 Março 2007


"Quando escrevo um texto penso na minha avó e na forma como lhe explicaria aquilo que preciso de relatar"


Sandra Pereira, apresentadora do Jornal da Tarde da RTP 1, in Revista Única 3 Março 2007

02 março 2007

Sobre o Futuro do Jornalismo

Neste blogue fala-se, e critica-se, o jornalismo desempenhado actualmente, assim como os meios que o transmitem. Não costumo referir aquilo sobre o qual até estaria em condições de falar melhor, porque testemunho presencialmente: o futuro do jornalismo, as próximas gerações, nas quais eu espero incluir-me. Faço-o hoje, porque nos últimos tempos tenho visto, entre as pessoas que se candidatam ao lugar de futuros jornalistas, atitudes que me preocupam verdadeiramente. Mas também vi, felizmente, atitudes que me fazem acreditar que há lugar para um jornalismo rigoroso e honesto. Pena estas serem uma minoria.
Pena (é verdadeiramente preocupante) que haja pessoas em cursos de Ciências da Comunicação (comunicação social, jornalismo, seja o que for), que não gostam de jornalismo. Gostam de notas, gostam de médias, e não olham a meios para os alcançar. Mesmo que para isso pisem os outros, mesmo que para isso sejam desonestos. Mas mais preocupante que isto, ou igualmente preocupante, é haver professores, jornalistas com muitos anos de carreira (e que o bradam constantemente aos quatro ventos, como se isso fosse prova da sua competência) premiarem estas pessoas, em vez das que trabalham honestamente. Eles próprios enriquecem o ego à custa da tão famosa "graxa" desses alunos. É um ciclo vicioso.
Preocupa-me. Porque quem já é desonesto mesmo no meio universitário, de certeza que vai ser na sua profissão. E provavelmente, são estes que vão conseguir emprego mais rapidamente.
A minha admiração e felicitação vai para os resistentes que não se deixam enredar por teias e caminhos desonestos, e encarnam aquilo que é a essência do jornalismo. É do trabalho destas pessoas que todos nós, todos vós, enquanto tele-espectadores, leitores, ouvintes, precisam.


01 março 2007

O Pregador Sem Acento

Ouvi há pouco o pivot do Jornal da Tarde da RTP dizer que Al Gore anda a "pregar sobre o aquecimento global". Não quereria o jornalista dizer antes pr(é)gar?

Uma Nova Visão

A partir de hoje, a Visão anuncia uma revista remodelada: