"If I ever allow genuine compassion to be overtaken by personal ambition, I will have sold my soul" - James Nachtwey

01 novembro 2008

Diário de Notícias

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17 abril 2008

12 abril 2008

Muito se Passa

No jornalismo. Mas poucos se parecem importar.

Algo se Passa

Quando alguém que não é jornalista tem mais respeito pelos princípios éticos da profissão do que um profissional da área.

04 abril 2008

Qual a Pertinência

desta referência:

"Bruno Simões Castanheira, do Jornal de Notícias, diário da Controlinveste (grupo que detém o DN) venceu em "Vida Quotidiana"" nesta notícia?

Que eu saiba é um prémio para fotojornalistas, e não para grupos económicos...

28 março 2008

Adenda

Quando ressuscitei este blogue disse que o jornalismo estava em perigo porque a decisão do que é notícia muitas vezes não está nas mãos dos jornalistas. Mas a verdade é que os jornalistas não são pobres vítimas nas mãos de ferozes interesses e pressões. São eles que em algumas ocasiões abdicam do poder importantíssimo de decidir o que é ou não notícia.

Sob nomes pomposos e enganadores como "parcerias estratégicas" ou "protocolos", há jornalistas que se deixam levar na corrente dos interesses, não do público, mas de uma qualquer organização ou instituição. "Mas o assunto também tem valor-notícia" dizem, em jeito de desculpa (mais para eles próprios do que para os outros). Até pode ter. Mas esse não foi o principal critério que o elevou ao estatuto de notícia. E portanto o jornalista não cumpriu a sua função.

O público, que não sabe o que se passou os bastidores, consume a informação que lhe é oferecida. Mas o jornalista sabe que falhou.

25 março 2008

Apoiado

"ERC regula publicidade"

Sabe Bem

Quando ganhamos a nossa primeira batalha ética, e vemos que vale a pena defender os valores do jornalismo.

14 março 2008

Equívocos

A fronteira entre um texto institucional ou publicitário, e um texto jornalístico é por vezes ténue. Há ainda quem tenha a noção que o jornalista é (ou queira fazer com que seja) um mero redactor de textos, qual máquina de escrever desprovida de qualquer sentido crítico.

Há ainda quem não tenha percebido (ou não queira perceber) que um texto jornalístico é escrito com base em critérios muito específicos, entre os quais a diversidade das fontes. Só essa característica torna-o desde logo incompatível com qualquer texto institucional ou publicitário.

Porque há quem se tente aproveitar destas fronteiras ténues, é preciso estar sempre atento. Não dizer logo que sim. Pensar por momentos. Descodificar o que nos pedem para escrever. Analisar. E só depois decidir se esse texto é digno de ser assinado por um jornalista.

05 março 2008

Divulgação Cirúrgica da Informação

- "Conheces alguém no jornal X?"

- "Sim, conheço a jornalista Y"

Daí a uns dias, a notícia aparece publicada no jornal X. Adivinha-se que escrita pela jornalista Y.

03 março 2008

Escreva um Artigozinho que nós Pagamos a Viagem

"Se procura promoção, não ponha publicidade na imprensa; pague antes uma viagem a um jornalista. Sai mais barato e a mensagem poderá ser mais eficaz."

Excerto da última crónica do Provedor do Público, cujo conteúdo integral pode ser lido aqui

26 fevereiro 2008

Contas do Jornalismo

O economista passa apressado por um conjunto de jornalistas de microfone em punho.

- Pode falar agora connosco?
- Agora não.
- Não faz mal, nós esperamos.

Em jornalismo, a espera é inversamente proporcional ao interesse que há em divulgar uma informação.

25 fevereiro 2008

O Jornalismo Está em Perigo

O título é dramático, eu sei. Mas não me parece que haja forma mais suave de o dizer. Ou haver até há, mas chegou a altura de se levar a sério a doença de que o jornalismo tem vindo a padecer (e a piorar) nos últimos anos.

Muitos parecem encarar essa doença como algo natural, apenas umas dores de cabeça passageiras, que em nada prejudicam a profissão. Mas para mim começa mais a assemelhar-se a um cancro.

Há quase 3 anos quando comecei este blogue, fi-lo porque queria ter algo a dizer na área na qual me estava a formar. Queria ter uma posição crítica perante o desempenho daquela que esperava vir a ser a minha profissão. Há meses, deixou de fazer sentido continuar. Era tão fácil encontrar material para criticar, que deixou de consistir um desafio para mim fazê-lo. E assim também deixaria de ser interessante para quem eventualmente visitasse este blogue.

Entretanto licenciei-me, e estou agora "do outro lado". Há novas perspectivas, novos problemas que se levantam. Acontecimentos que acho que é preciso denunciar. Mesmo que me digam que não vale a pena. Que ninguém liga. Que estamos no mundo do "salve-se quem puder". Eu acredito que vale a pena, enquanto houver jornalismo verdadeiro.

Mas o jornalismo está claramente doente. Ficou doente a partir do momento em que se aceitou como natural que a selecção dos factos com interesse noticioso não esteja nas mãos dos jornalistas. E, claramente, hoje muitas vezes não está. Está nas mãos de interesses económicos, empresas, agências de comunicação. E o que são os jornalistas no meio disto tudo? Ou o que querem fazer deles? Meros peões que ajudam outros a ganhar um jogo.

É contra esta lógica tão naturalmente aceite que me quero revoltar. Está na altura de dizer "basta!".