"If I ever allow genuine compassion to be overtaken by personal ambition, I will have sold my soul" - James Nachtwey

02 março 2007

Sobre o Futuro do Jornalismo

Neste blogue fala-se, e critica-se, o jornalismo desempenhado actualmente, assim como os meios que o transmitem. Não costumo referir aquilo sobre o qual até estaria em condições de falar melhor, porque testemunho presencialmente: o futuro do jornalismo, as próximas gerações, nas quais eu espero incluir-me. Faço-o hoje, porque nos últimos tempos tenho visto, entre as pessoas que se candidatam ao lugar de futuros jornalistas, atitudes que me preocupam verdadeiramente. Mas também vi, felizmente, atitudes que me fazem acreditar que há lugar para um jornalismo rigoroso e honesto. Pena estas serem uma minoria.
Pena (é verdadeiramente preocupante) que haja pessoas em cursos de Ciências da Comunicação (comunicação social, jornalismo, seja o que for), que não gostam de jornalismo. Gostam de notas, gostam de médias, e não olham a meios para os alcançar. Mesmo que para isso pisem os outros, mesmo que para isso sejam desonestos. Mas mais preocupante que isto, ou igualmente preocupante, é haver professores, jornalistas com muitos anos de carreira (e que o bradam constantemente aos quatro ventos, como se isso fosse prova da sua competência) premiarem estas pessoas, em vez das que trabalham honestamente. Eles próprios enriquecem o ego à custa da tão famosa "graxa" desses alunos. É um ciclo vicioso.
Preocupa-me. Porque quem já é desonesto mesmo no meio universitário, de certeza que vai ser na sua profissão. E provavelmente, são estes que vão conseguir emprego mais rapidamente.
A minha admiração e felicitação vai para os resistentes que não se deixam enredar por teias e caminhos desonestos, e encarnam aquilo que é a essência do jornalismo. É do trabalho destas pessoas que todos nós, todos vós, enquanto tele-espectadores, leitores, ouvintes, precisam.


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