"If I ever allow genuine compassion to be overtaken by personal ambition, I will have sold my soul" - James Nachtwey

06 março 2006

A Importância dos Jornais nas Escolas

O Público trazia ontem uma notícia, na qual dava conta de um estudo realizado na Finlândia, que liga a leitura de jornais às competências de alunos de 15 anos, nas áreas da matemática, literatura e ciências.
O relatório, patrocinado pela associação finlandesa de jornais (o que, por muito que não se queira, acrescenta aqui alguma desconfiança), sugere que o elevado nível de leitura de jornais é um factor que ajuda a explicar que nas duas avaliações feitas até agora, a Finlândia se tenha destacado nas três áreas testadas.
Quase seis em cada dez alunos finlandeses disseram ler jornais várias vezes por semana e 26 por cento várias vezes por mês. Os que se saíram melhor na avaliação, terão sido os que liam várias vezes por semana.
A nível de leitura, principalmente, os alunos demonstraram uma grande facilidade, que os investigadores explicam pelo hábito de ler textos jornalísticos, o que desenvolve as suas competências.
Mas os elevados níveis de leitura de jornais estão também associados a melhores competências em ciência e matemática. Isto poderá explicar-se por, através dos jornais, os alunos tomarem contacto com situações do dia-a-dia.
Por fim, os alunos demonstraram também vontade de prosseguir com os hábitos de leitura.
Conclusão: o relatório sugere que os jornais devem ser valorizados pelas escolas como material de aprendizagem.
Concordo plenamente com esta conclusão! Mas nem quero pensar qual seria o resultado do estudo, se se fizesse um inquérito parecido cá em Portugal...
-"Lês jornais?"
-"Não, não tenho tempo, tenho de ver os Morangos com Açúcar"

3 comentários:

Textos Traduzidos disse...

Não sei se seriam piores ou não.
O que está aqui em causa é a leitura de jornais por parte dos adolescentes, nomeadamente de 15 anos.
Os alunos universitários, e, como refere, os estudantes de jornalismo e comunicação social em particular, poderiam ser objecto de um outro estudo, sim.
E que iríamos encontrar também alguns que não têm hábito de ler jornais, sim, infelizmente também é muito provável.
Mas, e mesmo sendo juíz em causa própria, acho que é redutor e uma generalização abusiva ver os estudantes de jornalismo e de comunicação social todos como uma "cambada" de ignorantes.
Apenas, tal como em todos os cursos e em todas as profissões, há ignorantes e não ignorantes, competentes e não competentes, e por aí fora.
Acho que, apesar de tudo, o panorama não está assim tão mau.

Textos Traduzidos disse...

Em relação a isso estamos de acordo: os "pontapés" na língua portuguesa são uma constante dos nossos media. Algo aliás por várias vezes por mim criticado neste mesmo espaço.
Agora só acho que não se pode julgar toda uma classe pela incompetência e falta de preparação de alguns.
Eu, enquanto futura jornalista, não tenho quaisquer problemas em criticar aquele jornalismo que acho que é mau, como se pode ver pelo blog. E acho que a crítica é sempre positiva, desde que seja construtiva.

Cláudia Rocha disse...

Concordo Joana, não se pode tomar o todo pela parte. Em todas as profissões há maus profissionais, o jornalismo não é excepção. Só que no caso dos jornalistas, devido à natureza do seu trabalho, há uma maior exposição ao escrutínio e à crítica.