"If I ever allow genuine compassion to be overtaken by personal ambition, I will have sold my soul" - James Nachtwey

05 abril 2006

Futebol (?) e Constituição

Dia de grande jogo. Já se sabe como o país vibra com o futebol. Já se sabe o espaço (muitas vezes criticado por ser demasiado) que este ocupa na agenda mediática...
Mas quando oiço de manhã, na Antena 1, uma edição especial emitida a partir de Barcelona, em que as entrevistadas são portuguesas que trabalham e vivem em Barcelona, a falar das suas vidas e das suas experiências naquela cidade, questiono-me realmente até que ponto chegámos. Qual o interesse daquilo? Qual a relação com o jogo de futebol?
Segue-se, na mesma estação, a "Antena Aberta", habitual fórum de opinião dos ouvintes. Oiço que o tema hoje é a Constituição Portuguesa. Perguntam aos ouvintes coisas como: Acha que a constituição está bem como está? Acha que devia haver alterações? Quais? Não tive oportunidade de ouvir as intervenções, mas quase que podia adivinhar que a maior parte das pessoas não tinha grande coisa a dizer... Ou pelo menos não sabia o que estava a dizer. Porque, sejamos razoáveis, será que a maior parte do povo português tem assim um conhecimento tão profundo da Constituição, que se possa pronunciar sobre estas questões? Não querendo subestimar os conhecimentos dos portugueses, tenho as minhas dúvidas...

1 comentário:

Textos Traduzidos disse...

Não se tratou de passar um atentado de imbecilidade a ninguém.
Tratou-se apenas de um comentário a um caso específico, de entre outros, em que se pede a opinião do público para matérias sobre as quais este não está muito esclarecido.
Não é uma questão de estupidez, mas sim de ignorância, que não é pecado, e surge da falta de informação. E o papel dos media, a meu ver, deveria precisamente ser o de contribuir para aumentar o esclarecimento do público sobre este e outros assuntos, para aí sim, ele estar na posse das capacidades para dar a sua opinião.
Não estou aqui a afirmar que não haja portugueses que até conhecem muito bem a Constituição, nem que não tenha havido intervenções com conhecimento de causa. O que pretendi foi destacar que o tema me pareceu demasiado específico, e as perguntas demasiado inacessíveis para a maior parte da população. Mas claro, é só uma opinião.