Ainda a propósito dos jornais gratuitos, acabo de ler uma notícia na edição de hoje do Diário de Notícias, que de alguma forma pode ser esclarecedora em relação ao
post anterior.
A notícia dá conta da realização do II Congresso Jornalístico de Portugal e Espanha, em que participaram João Marcelino, director do
Correio da Manhã, José António Saraiva, director do
Expresso e Francisco Pinto Barbosa, director do
Destak, entre outros.
Mas foi no debate sobre "Qual a veracidade dos jornais gratuitos" que as coisas terão ficado mais animadas. Após a acusação de João Marcelino, de que os gratuitos "são suportes impressos destinados a veicular publicidade", e que apostam pouco na informação, Francisco Barbosa respondeu que
"é preciso compreender que são produtos diferentes. O Destak destina-se aos não leitores e quando se fala de qualidade, isso deve ser tido em conta" (sublinhado meu).
Então quer dizer que, sendo um jornal destinado aos não leitores, como o classifica Pinto Barbosa, as exigências de qualidade são menores? Pronto, está explicado porque depois se encontram notícias como aquela de ontem, e como repetidamente o
Destak mostra uma enorme falta de cuidado na verificação da informação.
O problema é que não são só os não leitores que lêem o Destak... Aliás, nem sei o que seja isso de não leitores, se uma pessoa lê um jornal que seja, já é leitora... De qualquer forma, é um leitor, e merece ser respeitado como tal. E o mínimo que o jornal pode fazer é fornecer informação exacta aos seus leitores. Agora se depois a organiza de forma mais "light", isso já é outra história... mas não tem necessariamente a ver com qualidade.
Portanto, Pinto Barbosa ao dizer isto, veio dar razão a João Marcelino. O Destak parece estar mais interessado em veicular publicidade, do que propriamente em informar. E isso é mau... mau para o jornalismo, mau para o público em geral, se tivermos em consideração que há pessoas para quem os gratuitos são a única fonte de informação.
O Destak tem vindo a promover-se com o
slogan: "Para quem não gosta de ler palha". O pior é com juntamente com a "palha", deita também fora a qualidade...
Fica aqui o
link para quem quiser ver a notícia completa.