"If I ever allow genuine compassion to be overtaken by personal ambition, I will have sold my soul" - James Nachtwey

25 março 2006

A Velha Questão da Ordem

A questão da existência de uma Ordem dos Jornalistas, voltou a estar em cima da mesa, após declarações de Emídio Rangel, no 5º Congresso de Jornalismo Social da CAIS.
A verdade é que, no que diz respeito a este assunto, as opiniões dos jornalistas continuam a dividir-se. Sabe-se porém que a posição dominante é desfavorável à constituição desta Ordem.
Parece-me, no entanto, uma questão para reflectir: há quem defenda que uma Ordem dos Jornalistas podia ser o caminho para uma determinação mais clara daquilo que é o Código Deontológico da profissão, e assegurar um melhor desempenho e responsabilização dos profissionais do jornalismo. Mas também há quem se oponha, e nomeadamente quem conteste o carácter de obrigatoriedade de inscrição na Ordem. Será que o problema está no individualismo inerente à profissão de jornalista?
Deveriam os jornalistas, a par com outras profissões, estar organizados numa Ordem? Resultaria isso na prática? E, parece-me a questão mais importante: resolveria os principais problemas que afectam esta profissão?

1 comentário:

CN disse...

julgo que não. os principais problemas da classe não se relacionam com a regulação ou auto-regulação da profissão.
os nossos problemas são salários baixos, insegurança no trabalho, exploração da mão-de-obra-barata-saída-da-escola, exclusão dos mais velhos (excepto os que ascenderam aos mais altos cargos da empresa), a avidez do patrão pelos lucros, a assumpção de que a comunicação social é um negócio e não um serviço público, etc.
uma ordem não irá resolver um único destes problemas.